Quando falamos sobre a biodiversidade brasileira, é comum que a Amazônia receba destaque mundial. No entanto, é essencial lembrar que o Brasil não é só Amazônia. É um país de dimensões continentais, lar de outros biomas igualmente ricos e fundamentais para o equilíbrio ambiental, econômico e social do país e do planeta. Entre eles, o Cerrado desponta como o “berço das águas” do Brasil, mas não podemos ignorar que a riqueza do Brasil também está em outros biomas, como o Pantanal, a Mata Atlântica, a Caatinga, os Pampas, os mangues, as restingas e outros ecossistemas costeiros e de transição.
O Cerrado: Caixa d’Água do Brasil
O Cerrado ocupa cerca de 24% do território brasileiro e possui a savana mais biodiversa do mundo, abrigando mais de 12 mil espécies de plantas e milhares de espécies de animais. Além disso, ele é responsável pelas nascentes de oito das doze bacias hidrográficas do país, abastecendo rios fundamentais como o São Francisco, o Tocantins e o Paraná. Sem o Cerrado, o ciclo hídrico do Brasil e de países vizinhos entraria em colapso, afetando a segurança hídrica, alimentar e energética.
Os outros biomas brasileiros: uma riqueza inigualável
Embora o Instituto Arvoredo tenha no Cerrado sua principal área de atuação, é importante reforçar que o Brasil é um mosaico de biomas, cada um com características únicas e funções essenciais. Abaixo, destacamos a importância de cada um:
1. Pantanal: A maior planície alagada do mundo.
- Reconhecido como Patrimônio Natural da Humanidade, o Pantanal é um dos biomas mais preservados do Brasil, cobrindo áreas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
- Sua biodiversidade inclui mais de 4 mil espécies, sendo um refúgio para aves aquáticas, onças-pintadas e jacarés.
- Atua como uma esponja natural, regulando o fluxo de água e evitando inundações em regiões vizinhas.
2. Mata Atlântica: Berço da biodiversidade e da história
- Um dos biomas mais ameaçados do Brasil, com apenas 12,4% de sua cobertura original preservada.
- Lar de milhares de espécies endêmicas e responsável por regular o clima e proteger nascentes de rios que abastecem as maiores cidades do país.
- Abrange áreas costeiras e de montanha, oferecendo serviços ecossistêmicos fundamentais, como a regulação do regime de chuvas.
3. Caatinga: Resiliência e adaptação
- Exclusivamente brasileira, a Caatinga cobre cerca de 10% do território nacional e é o único bioma que existe apenas no Brasil.
- Apesar de parecer árido, abriga uma biodiversidade rica, com espécies adaptadas às condições climáticas extremas.
- É fundamental para as populações do semiárido, oferecendo recursos para agricultura de subsistência e biodiversidade medicinal.
4. Pampas: Campos do sul do Brasil.
- Localizado principalmente no Rio Grande do Sul, o bioma é conhecido por seus campos naturais, que abrigam uma fauna diversificada e espécies ameaçadas.
- Suas pastagens naturais sustentam atividades tradicionais, como a pecuária, além de servirem como áreas de recarga hídrica.
5. Manguezais e Restingas: Ecossistemas costeiros estratégicos
- Os manguezais e restingas são ecossistemas que protegem o litoral brasileiro, atuando como barreiras naturais contra erosão e tempestades.
- São berçários naturais para diversas espécies marinhas e garantem a subsistência de milhares de comunidades pesqueiras.
- Esses ecossistemas contribuem para a saúde dos oceanos, sendo essenciais no combate às mudanças climáticas.
A Amazônia: Pulmão Verde do Mundo
- Apesar de não ser literalmente um “pulmão”, como muitos afirmam, a Amazônia tem papel crucial no equilíbrio climático global e abriga 10% da biodiversidade conhecida no planeta.
- É um bioma essencial, mas não deve eclipsar os demais biomas brasileiros, que têm funções complementares no equilíbrio ambiental.
Preservar é garantir o futuro.
A narrativa de que o Brasil é apenas Amazônia prejudica a visibilidade de biomas igualmente essenciais, que têm recebido menos atenção, recursos e políticas públicas de conservação. Desvalorizar o Cerrado, o Pantanal, a Mata Atlântica, a Caatinga, os Pampas e os ecossistemas costeiros significa comprometer a segurança hídrica, alimentar e energética do Brasil.
O Instituto Arvoredo, enquanto defensor do Cerrado, reforça que a preservação de todos os biomas brasileiros deve ser uma prioridade. Cada um deles desempenha papéis específicos e complementares no equilíbrio ambiental, sendo indispensáveis para a sobrevivência da biodiversidade, o bem-estar humano e o desenvolvimento sustentável.
O Brasil não é só Amazônia. Salve o Cerrado e todos os biomas brasileiros – sem Cerrado, sem água; sem biomas, sem vida.
Saiba mais sobre como Proteger o Cerrado.
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