O Cerrado é conhecido pela sua elevada diversidade de peixes de água doce, contendo quase 40% de todas as espécies do Brasil, com 1200 peixes catalogados. Em partículas, a Bacias do Araguaia-Tocantins, do alto Paraná e de São Francisco apresentam 44%, 48% e 59% de espécies endêmicas.
No entanto, estas espécies encontram-se altamente ameaçadas pela construção de barragens e outras atividades humanas. Além disso, muitas espécies permanecem sem descrição referentes a sua biologia e ecologia. Confira abaixo alguns dos peixes encontrados nos rios que cortam o Cerrado.
ESPÉCIES
PACÚ DENTE-SECO
Descrição
O pacu dente-seco é endêmica do Rio Tocantins. Essa espécie apresenta coloração amarelada e dentes fortes, e não possui quilha no abdômen.
Hábitos
Se alimenta de matéria orgânica presente no substrato do rio.
Mais informações
Nome científico Mylesinus paucisquamatus (Jégu & Santos 1988)
Ordem Characiformes
Família Actinopterygii
Ambiente Água doce bentopelágico.
Situação de conservação da espécie Ameaçada. Sua população encontra-se em declínio em decorrência dos barramentos presentes no Rio Tocantins.
Reprodução Não há informações.
Distribuição geográfica
Bacia do Rio Tocantins.
Fonte:
https://www.projetopirapitinga.org/peixes
https://www.fishbase.se/Summary/SpeciesSummary.php?id=52602&lang=portuguese
SAGÜIRU
Descrição
Esta espécie possui cerca de 100 mm de comprimento quando adulto. Apresenta coloração dorsal marrom-escuro, e o ventre é formado por um degrade bege claro. Os olhos são grandes em relação ao tamanho corporal. Possui uma faixa lateral escura e grosa entre as nadadeiras posteriores e a cauda.
Hábitos
Não há descrição.
Mais informações
Nome científico Cyphocharax corumbae
Ordem Characiformes
Família Curimatidae
Ambiente Bentopelágico (região mais rasa do corpo d’água).
Situação de conservação da espécie Quase ameaçada. Atividades humanas como a mineração, construção de hidrelétricas, e espécies exóticas e invasoras são os principais riscos para a espécie.
Reprodução Não há informações.
Distribuição geográfica
Rio Corumbá, Bacia do Rio Paraná, Brasil
Fonte:
Simone, C., & Britski, H. A. (1999). Description of a new species of Steindachnerina (Teleostei: Characiformes: Curimatidae) from the upper Rio Paraná basin, Brazil. Ichthyological Exploration of Freshwaters, 10(3), 211-216.
PEIXE-ANUAL, PIRÁ-BRASÍLIA
Descrição
Os machos possuem escamas avermelhadas com desenhos em prata e dourado, formando faixas paralelas ao sentido corporal, relativamente grosas, de cor prateada. Medem cerca de 2,5 cm de comprimento.
As fêmeas são menores, com cerca de 2 cm de comprimento e suas escamas são castanho claras com uma ou duas pintas pretas no corpo. As nadadeiras são quase transparentes.
Hábitos
Alimentam-se de vegetais, algas e insetos.
Mais informações
Nome científico Simpsonichthys boitonei
Ordem Cyprinodontiformes
Família Rivulidae
Ambiente Brejos e lagoas temporárias próximos a veredas e matas de galeria.
Situação de conservação da espécie Ameaçada. O assoreamento e a poluição dos rios, e sua coleta para ornamentação de aquários são as principais ameaças para a espécie.
Reprodução Morrem quando as lagoas secam, mas deixam seus ovos embaixo da terra e estes eclodem quando a chuva cai novamente. Esse processo é chamado de diapausa. Os alevinos se desenvolvem rapidamente, atingindo a maturidade sexual em dois meses.
Distribuição geográfica
Espécie endêmica do Cerrado. Encontrado somente em Brasília.
Fonte:
PIAU
Descrição
O macho pode chegar a medir 20 cm de comprimento. Sua coloração varia entre o amarelo-dourado e o amarelo-claro com faixas pretas em toda a extensão do corpo, com exceção da cabeça. As nadadeiras são transparentes. Os olhos são pretos e grandes em comparação com o tamanho corporal.
Hábitos
Não há informações.
Mais informações
Nome científico Leporinus tigrinus (Borodin, 1929)
Ordem Characiformes
Família Anostomidae
Ambiente Água doce bentopelágico.
Situação de conservação da espécie Não avaliada pela IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza).
Reprodução Se reproduzem em locais com crescimento denso de ervas daninhas.
Distribuição geográfica
Bacia do Rio Tocantins, no Brasil.
Fonte:
https://www.fishbase.se/Summary/SpeciesSummary.php?id=56940&lang=portuguese
PIRAPITINGA
Descrição
O macho adulto pode atingir 29 cm de comprimento. Apresenta coloração cinza-brilhante, sendo o dorso mais escuro que o ventre. Entre o corpo e a cauda possui uma mancha circular preta.
Hábitos
Alimenta-se de insetos e material vegetal. Espécie migratória.
Mais informações
Nome científico Brycon nattereri (Günther, 1864)
Ordem Characiformes
Família Bryconidae
Ambiente Água doce bentopelágico.
Situação de conservação da espécie Vulnerável a extinção. O desmatamento e a construção de represas são as principais ameaças.
Reprodução Não há informação.
Distribuição geográfica
América do Sul, alto do rio Paraná e Bacia do São Francisco.
Fonte:
https://www.projetopirapitinga.org/peixes
https://www.fishbase.in/Summary/SpeciesSummary.php?id=48572&lang=portuguese_po
DOURADA
Descrição
Esta espécie pode medir até 192 cm de comprimento. A coloração de suas escamas varia entre o avermelhado e o bege, e a cabeça é cinza brilhante, enquanto suas nadadeiras são cinza opacas. Apresenta barbelas curtas.
Hábitos
Espécie migratória. Alimenta-se de invertebrados aquáticos, como camarões, mexilhões e lulas.
Mais informações
Nome científico Brachyplatystoma rousseauxii (Castelnau, 1855)
Ordem Siluriformes
Família Pimelodidae
Ambiente Água doce.
Situação de conservação da espécie Pouco preocupante, porém a construção de barragens é a principal ameaça para a espécie.
Reprodução Apresenta o ciclo reprodutivo mais longo para uma espécie migratória.
Distribuição geográfica
Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Venezuela e Brasil.
Fonte:
Fonte:
Albert, J. S., Petry, P., & Reis, R. E. (2011). Major biogeographic and phylogenetic patterns. In J. S. Albert & R. E. Reis (Eds.), Historical biogeography of Neotropical freshwater fishes (pp. 21–57). Berkeley, CA:
University of California Press
Myers, N., Mittermeier, R. A., Mittermeier, C. G., da Fonseca, G. A., &
Kent, J. (2000). Biodiversity hotspots for conservation priorities.
Nature, 403, 853–858.