O Cerrado é formado principalmente por latossolos (AB’SABER, 1983; LOPES, 1984). De forma geral, seu solo possui pH ácido, alta quantidade de alumínio e de ferro, e baixa disponibilidade de nutrientes. A coloração entre o amarelado e o avermelhado derivam da disponibilidade desses minerais.

Suas características dependem da rocha de origem e da vegetação que cresce sobre ele. As áreas de rochas que possuem altos índices de ferro e magnésio estão associadas a solos jovens e com maior fertilidade, localizados em paisagens acidentadas, onde são mais facilmente intemperizáveis. Os solos localizados em relevos planos a suave-ondulados sofrem mais o efeito das intempéries, apresentam baixa fertilidade natural, mas considerável quantidade de micronutrientes. Também há locais de rochas pobres em minerais ferromagnesianos (como granito, quartzitos, xistos e arenitos), onde ocorrem solos com baixa fertilidade. Os solos derivados de rochas areníticas e quartzíticas normalmente são pobres em macro e micronutrientes e em matéria orgânica, além de muito porosos e de estrutura solta, o que os faz ser suscetíveis à erosão hídrica e eólica. Áreas de calcários são também comuns no Cerrado, mas não são solos férteis. Em alguns ambientes há rochas que originam solos pobres e com elevado teor de óxidos de ferro, como também, meios onde pode haver mistura de rochas ricas e pobres (REATTO et al., 1998).

Os latossolos sofrem bastante o processo intempéries. Por conta disso, se manejado erroneamente pode criar sulcos e voçorocas. No bioma, predominam relevos planos, chamados de chapadas, cuja topografia é plana a suave-ondulada. Apresenta 5 classes: Vermelho-Amarelo, Vermelho-Escuro, Roxo, Amarelo e Variação Uma. Em quase todas as classes predomina o crescimento do cerradão, cerrado denso e do cerrado sentido restrito, com exceção do Latossolo Roxo, onde ocorre predominante a vegetação do tipo mata seca semidecídua e cerradão.

São solos profundos, com ao menos 2 metros de profundidade, e ocorrem em 15,2% do bioma, com extensas áreas nos estados do Mato Grosso do Sul, Oeste da Bahia, Sul do Pará, Maranhão e Piauí. Nesse tipo de solo costuma ocorrer a vegetação de cerrado ralo, o cerrado sentido restrito e cerradão.

São solos mais heterogêneos que apresentam grande variedade de fertilidade natural e tipos fitofissionômicos. Geralmente ocorrem na porção inferior das encostas, onde o relevo é ondulado ou altamente ondulado. Correspondem a 15,1% do bioma.

São solos minerais hidromórficos, que não absorvem muita água e são variáveis quanto à suas propriedades químicas. Apresenta duas classes que ocupam 9% da área total do bioma (6% plintossolo e 3% plintossolo pétrico), ocorrem em áreas do Sudoeste de Tocantins e Nordeste de Goiás. Nele geralmente predominam vegetação do tipo campo sujo úmido, parque cerrado e mata de galeria.

São solos rasos e associados a muitos afloramentos de rocha. Não são bons para a agricultura e plantas de porte arbóreo somente conseguem se estabelecer em aberturas ou fendas de rocha. Ocupam cerca de 7,3% do bioma. Neles predominam vegetação dos tipos campo rupestre, cerrado rupestre e o campo limpo.

O Cambissolos ocupam 3,1% do bioma e geralmente estão associados a relevos mais acidentados e sobre eles costuma ocorrer vegetação do tipo cerrado típico e cerrado ralo. A Terra Roxa Estruturada ocupa 1,7% do bioma e sobre ele cresce a mata seca semidecídua. Os solos Glei Pouco Húmico (1,8%), Hidromórfico Cinzento (0,3%) e Glei Húmico (0,2%), que somam 2,3% do bioma, geralmente estão associados a veredas e buritizais. Com área menor de 0,1% do bioma, ainda ocorrem os solos Brunizém, geralmente associados à mata seca decídua; o Brunizém Avermelhado, às matas secas decídua e semidecídua; o Planossolo, aos campos limpo e sujo úmidos; o Aluvial, às matas de galeria inundável e não-inundável; e o solo Orgânico, geralmente associado à campo limpo.