CERRADO SENTIDO RESTRITO
O Cerrado sentido restrito (stricto senso) possui plantas de grande porte, arbustos e ervas. As árvores são mais baixas do que as encontradas nas formações florestais, com troncos tortuosos, ramificações irregulares e retorcidas distribuídas aleatoriamente. Os arbustos e subarbustos encontram-se espalhados e algumas espécies possuem órgãos subterrâneos que permitem a rebrota após as queimadas. Pode ser do tipo: Cerrado Denso, Cerrado Típico, Cerrado Ralo ou Cerrado Rupestre.
ESPÉCIES
ARNICA
Nome científico: Lychnophora ericoides Mart.
Família: Asteraceae
Descrição: de porte arbustivo a arvoreta, em candelabro. Perene.
Folhas: finas, acinzentadas
Flor: lilás
Fruto: seco, creme.
Ambiente: campo cerrado e campo rupestre
Uso: adicionada à cachaça para uso medicinal
Distribuição geográfica: DF, GO, MG, BA, SP
Fonte:
CNCFlora. Lychnophora ericoides in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Lychnophora ericoides>. Acesso em 26 agosto 2020.
BREU-DE-CERRADO
Nome científico: Protium ovatum Engl.
Família: Burseraceae
Descrição: arbusto
Flor: pequenas e em grupos, de cor amarelo-esverdeada
Fruto: carnoso, vermelho, com semente única branca; frutificação em abril
Ambiente: Cerrado e encosta pedregosa
Distribuição geográfica: BA, DF, GO, MG, MT
CAJUZINHO-DO-CERRADO
Outros nomes comuns: cajuí (DF), caju-do-cerrado, caju (MG)
Nome científico: Anacardium humile A. St. Hil.
Família: Anacardiaceae
Descrição: arbusto de até 50 centímetros, formando touceira aberta com muitos ramos
Folhas: alternadas e ovadas
Flor: de coloração vermelho-rosadas; floresce no final da estação seca
Fruto: acinzentado em forma de rim, com uma semente; pedúnculo desenvolvido e vermelho, polpa esbranquiçada; frutificação no início da estação chuvosa
Ambiente: Cerrado Sentido Estrito, Campo Sujo
Uso: comestível (fruto, semente), terapêutico (raiz, casca, folhas, óleo)
Distribuição geográfica: Não é endêmica do Brasil, mas ocorre no DF, GO, MG, MS, MT, SP, TO, RO, PI, BA, SP, PR
Fonte:
CNCFlora. Anacardium humile in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Anacardium humile>. Acesso em 26 agosto 2020.
CANELA-DE-EMA
Nome científico: Vellozia flavicans Mart. ex Schult. f.
Família: Velloziaceae
Descrição: planta arbustiva de até 2 metros de altura, caule ereto de cor avermelhada, com cicatrizes duras e ásperas nas folhas. O nome se deve aos ramos grossos e escamosos.
Folhas: muito longas e fibrosas, no ápice dos ramos, saindo diretamente do caule, pontiagudas em espiral
Flor: grande e vistosas, de coloração branca a lilás, com miolo amarelo (estames); floração entre novembro e abril
Fruto: seco, castanho ou castanho-amarelado, com muitas sementes; frutificação entre dezembro e maio
Ambiente: Campo Sujo, Cerrado Aberto, entre pedras
Uso: ramo e folha ornamentais, flores comestíveis, raiz medicinal, ramo batido para fazer pincel, planta inteira como lenha
Distribuição geográfica: BA, DF, GO, MG, MS, MT, SP
Fonte:
http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/flora/noticia/2014/12/canela-de-ema.html
CARVOEIRO
Outros nomes comuns: tartarena (MG)
Nome científico: Sclerolobium aureum (Tul.) Benth.
Família: Fabaceae
Descrição: árvore de 15 metros ou mais de altura
Folhas: alternas, compostas
Flor: inflorescência com várias flores cor de amarelo-ouro; floração entre novembro a maio
Fruto: elíptico; frutificação de maio a junho
Ambiente: Cerrado, Cerradão
Uso: casca e entrecasca medicinais, madeira para carvão
Distribuição geográfica: GO, MG, SP
FLOR-DO-CERRADO
Outros nomes comuns: ciganinha (MG), esponjinha, flor-de-caboclo, cigana
Nome científico: Calliandra dysantha Benth.
Família: Mimosaceae
Descrição: arbusto de até 1 metro, caule piloso
Folhas: alternas, compostas, coriácea
Flor: inflorescência grande, redonda, vistosa, com flores pequenas e estames longos e vermelho; floração entre outubro a junho
Fruto: seco, tipo vagem, piloso ferrugíneo; frutificação entre novembro a junho
Ambiente: Cerrado Sentido Restrito, Campo Rupestre, Campo Sujo, Campo Cerrado
Uso: raiz e inflorescência medicinais, fruto seco ornamental
Distribuição geográfica: BA, CE, DF, GO, MG, MS, MT, SP, TO
Fonte:
https://www2.ibb.unesp.br/departamentos/Educacao/Trabalhos/coisasdecerrado/FLORA/descalliandra.htm
GABIROBA
Nome científico: Campomanesia pubescens Berg
Família: Myrtaceae
Descrição: arbusto
Flor: branca, floresce sem folhas; floração em setembro
Fruto: verde-amarelado
Ambiente: Cerrado
Uso: potencial melífero, ornamental e medicinal.
Distribuição geográfica: DF, GO, MG, MS, MT, PR, SP, ES, BA
Fonte:
CNCFlora. Campomanesia pubescens in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Campomanesia pubescens>. Acesso em 26 agosto 2020.
Dousseau, S., Alvarenga, A. A. D., Guimarães, R. M., Lara, T. S., Custódio, T. N., & Chaves, I. D. S. (2011). Ecofisiologia da germinação de sementes de Campomanesia pubescens. Ciência Rural, 41(8), 1362-1368.
PAU-TERRA-DA-FOLHA-PEQUENA
Outros nomes comuns: pau-terrinha, pau-terra-roxo (GO), pau-terra-da-folha-miúda (DF)
Nome científico: Qualea parviflora Mart.
Família: Vochysiaceae
Descrição: arvoreta a árvore de até 7 metros de altura, ramos tortuosos
Folhas: simples
Flor: lilás; floração de setembro a dezembro
Frutos: seco, castanho-claro; frutificação de dezembro a julho
Ambiente: Cerrado Sentido Restrito, Campo Sujo, Cerrado com pedras, arenoso
Uso: fruto ornamental, casca medicinal
Distribuição geográfica: BA, DF, GO, MA, MG, MS, MT, PR, SP, TO
TINGUI
Outros nomes comuns: cuitê, mata-peixe, pau-de-tingui, timbó, timbó-do-cerrado, timbó-peba, tingui-açu, tingui-capeta, tingui-de-cola
Nome científico: Magonia pubescens A. St. Hil.
Família: Sapindaceae
Descrição: árvore de até 10 metros de altura
Folhas: alternas e compostas
Flor: inflorescência (panícula) com até 50 flores de cor amarelo-esverdeada; florescem entre junho e outubro
Fruto: marrom escuro com muitas sementes; frutificam entre maio e agosto.
Ambiente: Cerrado Sentido Restrito, Cerradão Mesotrófico, Mata
Uso: fruto usado na fabricação de sabão, resina da casca para inseticida contra pulgas, fruto, semente e casca para artesanato, madeira para construção civil e lenha
Distribuição geográfica: BA, CE, DF, GO, MA, MG, MS, MT, PA, PI, SP, TO
Fonte:
http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Magonia%20pubescens
OUTRAS ESPÉCIES COMUNS NO CARRADO SENTIDO RESTRITO
Espécies arbóreas comuns no Cerrado Sentido Restrito: Anacardium occidentale (cajueiro); Byrsonima crassa (murici); Dyospyros hispida (olho-de-boi); Enterolobium ellipticum (vinhático-cascudo), Guapira opposita (maria-mole), Miconia ferruginata, Ouratea hexaperma (cabeça-de-negro), Piptocarpha rotundifolia (coração-de-negro), Plathymenia reticulata (vinhático), Salacia crassifólia (bacupari), Schefflera macrocarpa (mandiocão-do-cerrado), Simarouba versicolor (simaruba), Sclerolobium aureum (carvoeiro).
Espécies arbustivas comuns no Cerrado Sentido Restrito: Casearia silvestris, Cissampelos ovalifolia, Davilla elliptica (lixeirinha), Duguetia furfuracea, Manihot ssp., Palicourea rigida (bate-caixa), Parinari obtusifolia (fruto-de-ema), Protium ovatum (breu-de-cerrado), Syagrus petraea (coco-do-cerrado), Vellozia squamata (canela-de-ema) e Zeyheria digitalis (bolsa-de-pastor).
Espécies herbáceas comuns no Cerrado Sentido Restrito: Axonopus barbigerus, Echinolaena inflexa (capim-flexa), Loudetiopsis chrysotrix, Mesosetum loliiforme, Paspalum spp., Schizachirium tenerum e Trachypogon spp.
Espécies comuns no Cerrado ralo: Anacardium humile (cajuí, cajuzinho-do-cerrado), Davilla elliptica, Eremanthus glomerulatus (coração-de-negro), Esenbeckia pumila, Jacaranda decurrens e Sabicea brasileinsis (sangue-de-cristo).
Espécies comuns no Cerrado Rupestre: Lychnophora ericoides (arnica), Chamaecrista orbiculata, Norantea spp., Schefflera vinosa (mandiocão-do-cerrado), Sipolisia lanuginosa (veludo) e Wunderlichia crulsiana
Fonte:
RIBEIRO, J. F., WALTER, B. M. T. 1998. Fitofisionomias do bioma Cerrado. p. 89-166. In: SANO, S. M., ALMEIDA, S. P. de. (ed.) Cerrado: ambiente e flora. Embrapa-CPAC : Planaltina. xii + 556p.